9º DIA

Baseado na época em que fiz faculdade e usando um pouco de humor, vou tentar reproduzir um dia na minha vida de acadêmico que foi de 1998 até 2001. No final, uma foto das “Memórias de Acadêmico de Odonto”.

1º ano de faculdade, 1998

“Pipipi – pipipi – pipipi – tuck – maldito despertador, espero um dia poder acordar com alguma musiquinha mais calma que esse “pipipi”. Epa! Hoje tem prova de anatomia. Dizem que é uma das provas mais difíceis, não apenas pelo seu conteúdo, mas pela maneira que a prova é aplicada. Olho ao lado da cama e dou de cara com o atlas aberto em uma página que mostra o crânio visto de lado. Já esqueci tudo!

Chego na faculdade e me lembro das conversas com os veteranos do 2º ano que nos deram umas dicas sobre o que geralmente cai na prova. Seria impossível decorar o nome de cada fissura, cada fóssula, cada pedacinho dos ossos da cabeça e da mandíbula. Apontando na minha própria cabeça vou relembrando o que eu já tinha memorizado – forame infra-orbitário; ramo da mandíbula; ângulo da mandíbula; linha oblíquoa; forame mental… Nos disseram que muitas coisas que caem na prova são relacionadas à mandíbula, maxila, isto é, na região dos dentes.

Putz, lembro que falaram que teríamos que saber os nomes de outros ossos do corpo também. Esses considero mais fáceis, pois gostava de desenhar esqueletos baseados em uma velha enciclopédia que tenho em casa. Ao chegar na parte de fora do laboratório, descubro que a sala está sendo dividida em turmas de 10 pessoas e que o pessoal que for terminando a prova sairá por outra porta, para não haver comunicação.

A prova é realizada da seguinte maneira: São 10 questões e um relógio analógico grande que marca 1 minuto. Em cada bancada do laboratório teremos que acertar o nome da parte anatômica marcada. Por exemplo, em uma bancada teremos um crânio com um alfinete sobre certa estrutura e devemos apenas dar o nome, em um minuto. Ou sabe, ou não sabe!

Essa prova era uma lenda na faculdade por ser uma das mais diferentes e nervosas, pois ao final do minuto o professor de bigode gritava: “MUDA!” – e todos trocavam de bancada, para responder à próxima questão. Olhar para aquele ponteiro preto foi um desespero só. O mais absurdo de tudo é que cada minuto demorava um tempo diferente para passar. Sabe quando ele passava bem rápido? Quando você não sabia a questão!

No final, deu tudo certo, mas tirei 5, apenas acertando metade da prova. Eu acho que acertei 6 questões, mas houve boatos sobre um engraçadinho que trocou o alfinete de lugar em uma das questões!”

MEMÓRIAS DE UM ACADÊMICO DE ODONTOLOGIA

Um Abraço,

Equipe Dicas Odonto