8º DIA

Baseado na época em que fiz faculdade e usando um pouco de humor, vou tentar reproduzir um dia na minha vida de acadêmico que foi de 1998 até 2001. No final uma foto das “Memórias de Acadêmico de Odonto”.

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“Amontoaram todos os calouros e calouras dentro do bar. Os veteranos eram muitos e estávamos encurralados. Aí me deu um frio na barriga, porque vi que a bagunça ia começar de verdade…  

Um dos veteranos subiu em uma mesa do bar e falou: “Me tragam o Vintão!”. Outro veterano o entregou um membro masculino de madeira e ele o colocou pelo zíper da calça branca, como se fosse o seu. Muitas risadas ao fundo. Pelo tamanho do tarugo deu para entender porque se chamava “Vintão”. Ele tirou um preservativo do bolso e falou: ” Vamos lá bichetes, quem vai colocar a camisinha no Vintão? Campanha contra DSTs!” Óbvio que nenhuma das meninas se habilitou. As veteranas tentavam convencer as calouras que era apenas uma brincadeira e que se fizessem, estariam livres para sair do bar. Uma das calouras foi e participou. A galera foi à loucura.

O veterano sobre a mesa ria muito e falou: “Rô, pega o leite condensado aí!” Nesta hora alguém me pegou pela mão e me levou para fora, para uma mesa na varanda do bar. “Vai, bicho, vamos brincar da brincadeira da colher”. Um veterano daqueles de dar medo está sentado na minha frente. Me explicaram que ele abaixaria a cabeça e eu deveria bater com a colher em sua cabeça, segurando ela na minha boca e e depois ele faria o mesmo. Ele abaixou a cabeça e era dificílimo de bater com a colher entre os dentes. Quando abaixei a cabeça senti uma colherada um pouco mais forte na cabeça. Isso foi repetido 3 ou 4 vezes e eu não entendia como ele conseguia bater tão forte com a colher na boca.

Depois eles mostraram que tinha um cara, atrás de mim com um colherão e ele que batia quando eu abaixava a cabeça. Aí me deram um copo de plástico e pediram para beber. Bebi e fiz careta – era adoçante líquido puro. Ugh!

Reparei que apesar do terror e da sensação de não poder sair dali, pois meu tênis estava escondido, as brincadeiras eram “saudáveis”. Humilhantes, mas nada que fosse machucar. Formaram uma fila intercalando homens e mulheres. Quebraram um palito de dentes na metade e tínhamos que passar o palito de boca em boca. Fácil. No final da fila, quebraram esta metade na metade de novo. Aí para passar o palito tinha que encostar lábio no lábio. Aí um veterano falou: “Tá vendo, bicho, primeiro dia de faculdade e já beijou duas no selinho, hein!” O pior era dar selinho com a boca suja de fucsina e bafo de adoçante.

No fim das brincadeiras, começou uma chopada. Eles devolveram o tênis e a maioria foi embora. Eu decidi ficar. Tomamos cerveja, pinga e vodca sem pagar, pois usaram o dinheiro arrecadado no pedágio. Fiz amigos naquele dia e me senti integrado. Já havia pagado meus castigos e estava já pensando: quero que chegue logo a minha vez de ser veterano e poder dar o troco!”

MEMÓRIAS DE UM ACADÊMICO DE ODONTOLOGIA

Um Abraço,

Equipe Dicas Odonto