Uma divagação sobre nossa profissão, a Odontologia, que mistura um pouco de muitas profissões.

Assim como o distinto malabarista de circo ou de farol, o dentista procura o equilíbrio e o controle. Ele deve entender de diversas ciências, saber um pouquinho de cada profissão e mexer com uma coisa que é muito complicada, que não se discute: o gosto das pessoas.

Ele deve entender de medicina, pois a saúde bucal está intimamente ligada à saúde geral. Tem que saber de física quando vai aplicar Laser ou quando vai planejar um tratamento ortodôntico, por exemplo. Mexer com finanças e administrar um consultório requer conhecimento de matemática, planilhas, impostos, taxas, contabilidade e afins.

Dizem que o dentista é a arquiteto do sorriso. Um artesão de mãos firmes e precisas. Esculpindo cúspides, sulcos e fóssulas. Ele coloca todos os dentes na melhor posição possível para que a oclusão seja estável, assim como um maestro conduz cada instrumento de sua orquestra.

O dentista usa muito da psicologia e às vezes se faz de psicólogo. Muitos pacientes externam seus problemas pessoais na cadeira, durante o tratamento e alguns desses problemas refletem na boca. O profissional deve entender de farmacologia para poder receitar com propriedade.

A química é bem presente na nossa odontologia. Usamos inúmeros materiais dentários, polímeros, misturas de pó e líquido e suas interações com o meio bucal. Devemos ainda entender de direito para conhecermos as leis que regem nossa profissão e o Código de Ética. Não precisamos saber coisas específicas sobre engenharia, mas temos que ter em mente que “uma ponte” deve ter seus pilares firmes e em distância adequada para não quebrar.

Biologia, anatomia, microbiologia, biofísica, bioquímica e ciências sociais. Entender de estética e medidas faciais não é simples. O dentista acaba por juntar todo seu conhecimento técnico, bom senso, destreza manual e paciência para atender às necessidades dos pacientes. Nem sempre o que o dentista acha bonito e harmônico é o que o paciente quer. Ás vezes, o paciente quer metal aparecendo, dentes “tortinhos” e outras imperfeições para mascarar um dentadura, por exemplo. Algo que se aproxime  mais da realidade.

É muito importante que o odontólogo saiba uma outra língua. Muitos artigos científicos de peso são escritos em inglês ou espanhol. Aí você vai dizer: “Não precisa, porque hoje tem o tradutor do Google”. Ainda não se acha tudo na Internet. E falando em Google, o que dizer do dentista que não entende de Internet? Como ele vai visitar este ótimo Blog? 😛 Atualmente, a Internet com as redes sociais é o novo marketing de sua clínica ou consultório. Opa, mas uma matéria aí: o Marketing. Todos nós devemos ter um pouco de sangue de publicitário e de vendedor

Dentista é professor. Ensina e orienta na higiene bucal. Repete várias vezes, até fixar. Pega o espelho, coloca a escova na mão do paciente, ensina a técnica, mostra o fio dental, escovas interdentais, recomenda bochechos. Sem contar o inestimável professor de universidade que passa seus conhecimentos e experiência para frente com louvor. Aí ainda se encaixa o mestre e o doutor. Os dentistas pesquisadores.

Saber dos assuntos do dia-a-dia também é uma atribuição do dentista. Tem que ter papo. Saber por cima como anda a novela das 9:00, das 23:00, os Reality Shows e etc. Estar por dentro da política e dos acontecimentos recentes do mundo. Se não, como você vai opinar? Discutir? Os pacientes ficam mais calmos na “terrível” cadeira do dentista com uma boa conversa sobre trivialidades.

É meus amigos, não é fácil ser dentista. Saber um pouquinho de tudo e principalmente saber ouvir. Fica uma dica para os desatualizados e para os futuros doutores, futuros profissionais completos. Definitivamente: uma arte.

Um Abraço,

Equipe Dicas Odonto